"O ódio é de longe o prazer mais demorado: as pessoas amam às pressas e odeiam com vagar."
Retirado do livro "Gritos do Silêncio"
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
Còmo explicarles...
Que su futuro depende de ellos.
Que la educación marca un destino.
Que la escuela es el segundo hogar y, a veces, el primero.
Que el esfuerzo tiene sentido.
Que la responsabilidad no agobia, fortalece.
Que lo que no se da se pierde, inexorablemente.
Que el deseo de ser mejor es un acto solidario.
Que el amor por las ciencias es una actitud humanistica.
Que el presente sin estudio puede ser un futuro sin trabajo.
Que deben ser protagonistas de lo mejor y no espectadores de lo peor.
Que la educación marca un destino.
Que la escuela es el segundo hogar y, a veces, el primero.
Que el esfuerzo tiene sentido.
Que la responsabilidad no agobia, fortalece.
Que lo que no se da se pierde, inexorablemente.
Que el deseo de ser mejor es un acto solidario.
Que el amor por las ciencias es una actitud humanistica.
Que el presente sin estudio puede ser un futuro sin trabajo.
Que deben ser protagonistas de lo mejor y no espectadores de lo peor.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi, Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
(José Saramago)
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi, Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
(José Saramago)
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Poesia Matemática
Às folhas tantas
do livro matemático,
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base:
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez da sua uma vida
paralela à dela,
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?" - indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode me chamar de hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando,
ao sabor do momento
e da paixão,
retas, curvas, círculos e linhas senoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar,
constituir um lar,
mais que um lar, um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Polígono e a Bissetriz.
e fizeram planos e equações e diagramas para o futuro,
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
o Máximo Divisor Comum,
frequentador de círculos concêntricos viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo, uma unidade.
Desse problema ela era uma fração
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade,
como aliás em qualquer sociedade.
Millôr Fernandes
do livro matemático,
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base:
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez da sua uma vida
paralela à dela,
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?" - indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode me chamar de hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando,
ao sabor do momento
e da paixão,
retas, curvas, círculos e linhas senoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar,
constituir um lar,
mais que um lar, um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Polígono e a Bissetriz.
e fizeram planos e equações e diagramas para o futuro,
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
o Máximo Divisor Comum,
frequentador de círculos concêntricos viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo, uma unidade.
Desse problema ela era uma fração
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade,
como aliás em qualquer sociedade.
Millôr Fernandes
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
"Quanto mais vivo, mais os seres humanos me parecem fascinantes e cheios de interesse...
Tolos e inteligentes, mesquinhos e quase santos, diferentemente felizes - todos são caros ao meu coração. Parece-me que não os compreendo devidamente e minha alma é inundada por um interesse inextinguível por eles.
Dos que conheci, muitos estão mortos. Receio que ninguém exista, exceto eu, que possa contar sua história, como eu gostaria de fazê-lo e não ouso. Como se tais homens nunca tivessem existido sobre a face da Terra...
As pessoas que mais admiro são as que não se realizaram totalmente, as que não são muito sábias, mas um tanto loucas, "possessas". - "Pessoas de mente sã" despertam-me pouco interesse. O homem realizado, aquele que é perfeito como um guarda-chuva, não exerce qualquer atração sobre mim. Entendam-me. Sou chamado e mesmo condenado a descrevê-lo. Mas que posso dizer de um guarda-chuva, a não ser que é inteiramente inútil num dia de sol?
Um homem um tanto possesso não só me é mais agradável, como também é inteiramente mais razoável e está em maior harmonia com o ritmo geral da vida, um fenômeno ainda incompreendido e fantástico, que se faz por isso, ao mesmo tempo, tão desconcertantemente interessante".
MÁXIMO GORKI, Duas Histórias
The Dial, set. 1927, p. 197-98.
Tolos e inteligentes, mesquinhos e quase santos, diferentemente felizes - todos são caros ao meu coração. Parece-me que não os compreendo devidamente e minha alma é inundada por um interesse inextinguível por eles.
Dos que conheci, muitos estão mortos. Receio que ninguém exista, exceto eu, que possa contar sua história, como eu gostaria de fazê-lo e não ouso. Como se tais homens nunca tivessem existido sobre a face da Terra...
As pessoas que mais admiro são as que não se realizaram totalmente, as que não são muito sábias, mas um tanto loucas, "possessas". - "Pessoas de mente sã" despertam-me pouco interesse. O homem realizado, aquele que é perfeito como um guarda-chuva, não exerce qualquer atração sobre mim. Entendam-me. Sou chamado e mesmo condenado a descrevê-lo. Mas que posso dizer de um guarda-chuva, a não ser que é inteiramente inútil num dia de sol?
Um homem um tanto possesso não só me é mais agradável, como também é inteiramente mais razoável e está em maior harmonia com o ritmo geral da vida, um fenômeno ainda incompreendido e fantástico, que se faz por isso, ao mesmo tempo, tão desconcertantemente interessante".
MÁXIMO GORKI, Duas Histórias
The Dial, set. 1927, p. 197-98.
sábado, 17 de abril de 2010
Mar Português
O mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram.
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu à pena? Tudo vale à pena
Se a alma não é pequena.
Quem queres passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram.
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu à pena? Tudo vale à pena
Se a alma não é pequena.
Quem queres passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
Gostar não é o bastante.
Gostar é como diluir o amor.
Gostar é medíocre.
Gostar é a falta de emoção dos contentes.
Atletas não se sacrificam por gostar do esporte.
Artistas não sofrem por gostar da arte.
Não existe uma camiseta dizendo I Like New York.
E o que Romeu sentia por Julieta
era bem mais do que gostar.
AMOR. Isso sim tem força.
O amor tem o poder de mudar.
Subverter.
Conquistar.
O amor está na raíz de tudo de bom
que já aconteceu e vai acontecer
Gostar é como diluir o amor.
Gostar é medíocre.
Gostar é a falta de emoção dos contentes.
Atletas não se sacrificam por gostar do esporte.
Artistas não sofrem por gostar da arte.
Não existe uma camiseta dizendo I Like New York.
E o que Romeu sentia por Julieta
era bem mais do que gostar.
AMOR. Isso sim tem força.
O amor tem o poder de mudar.
Subverter.
Conquistar.
O amor está na raíz de tudo de bom
que já aconteceu e vai acontecer
Sua vida é em última análise escolha sua...
Você escolhe a felicidade,
escolhe a tristeza,
escolhe a determinação,
escolhe a ambivalência,
escolhe o sucesso,
escolhe o fracasso,
escolhe a coragem,
escolhe o medo...
Sempre temos alternativas em nossas vidas, nossas escolhas não são pra sempre.
Tudo pode acontecer,
tudo pode mudar, a qualquer momento.
É só querer!
Você escolhe a felicidade,
escolhe a tristeza,
escolhe a determinação,
escolhe a ambivalência,
escolhe o sucesso,
escolhe o fracasso,
escolhe a coragem,
escolhe o medo...
Sempre temos alternativas em nossas vidas, nossas escolhas não são pra sempre.
Tudo pode acontecer,
tudo pode mudar, a qualquer momento.
É só querer!
"O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história.
O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e o AGORA. Claro que a vida prega peças.
É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...
mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?..."
(Carlos Drumonnd de Andrade)
"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar."
O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e o AGORA. Claro que a vida prega peças.
É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...
mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?..."
(Carlos Drumonnd de Andrade)
"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar."
sexta-feira, 16 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Pensamento
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." Chico Xavier
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